O documentário de Marie Monique Robin, renomada jornalista investigativa, traz depoimentos de cientistas, políticos e advogados sobre a maior empresa de biotecnologia do mundo. A Monsanto produz 90% dos transgênicos plantados no mundo e é líder no mercado de sementes. A obra expõe relações políticas da multinacional com o governo de Bill Clinton e com o gabinete do ex premier Tony Blair.
Maria Monique viajou à Grã Bretanha, Índia, México, Paraguay, Vietnã, Noruega e Itália buscando informações, contudo a Monsanto se negou a dar entrevista a ela.
Em 2007, já haviam mais de 100 milhões de hectares plantados com sementes modificadas, metade nos EUA e o restante em países emergentes como Argentina, China e Brasil.
A Monsanto atua fortemente no Brasil, sobretudo com a produção de transgênico. Ela tem 36 unidades distribuídas por 12 estados - Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo, Tocantins e Distriro Federal. São 19 unidades de pesquisa, 8 unidades de processamento de sementes, 2 unidades de produção de herbicidas, 3 unidades de vendas, 1 unidade de distribuição e 3 escritórios administrativos.
O artigo "Intoxicação E Morte Por Agrotóxicos No Brasil" da professora Larissa Bombardi publicado no Boletim Dataluta, Unesp 09/2011 traz:
"O Brasil, como é sabido, alcançou em 2009 o primeiro lugar no ranking mundial de
consumo de agrotóxicos, embora não sejamos, como também é sabido, o principal produtor
agrícola mundial.
As indústrias produtoras dos chamados “defensivos agrícolas” – aliás uma expressão
eufemística, que escamoteia o verdadeiro significado daquilo que produzem: veneno – tiveram,
segundo o Anuário do Agronegócio 2010 (GLOBO RURAL, 2010), uma receita líquida de cerca de
15 bilhões de reais.
Deste total, 92% foram controlados por empresas de capital estrangeiro: Syngenta (Suíça),
Dupont (Estados Unidos), Dow Chemical (Estados Unidos), Bayer (Alemanha), Novartis (Suíça),
Basf (Alemanha) e Milenia (Holanda/Israel), apresentadas na seqüência por receita líquida obtida.
Vale mencionar que nestes dados não estão incluídos as informações da receita da Monsanto -
fabricante do glifosato “round up”, herbicida vendido em larga escala no Brasil e popularmente
conhecido como “mata-mato”, o que nos permite afirmar que este número é sem dúvida muito
maior.
A Syngenta, por exemplo, que ocupa o primeiro lugar no rankeamento do setor, está
instalada em 90 países, com cerca de 24 mil funcionários, dos quais, 4 mil no Brasil. Nos últimos
cinco anos sua receita, em dólares, triplicou no país. (ANUÁRIO DO AGRONEGÓCIO, GLOBO
RURAL, 2010).
Estas pequenas informações dão indícios do que significa, atualmente, a
internacionalização da agricultura. A agricultura brasileira é, sem dúvida, monopolizada pelo
capital internacional.
A expressão monopólio, neste caso, aparece mais vívida do que nunca: Estados Unidos,
Suíça e Alemanha, juntos, através de suas empresas, controlam 70% da venda de agrotóxicos no Brasil.
... Considerando que o Brasil consome 84% dos agrotóxicos vendidos à América Latina
(PELAEZ, 2011) – e, considerando ainda que o setor de agroquímicos está oligopolizado por 6
grandes marcas, a saber: Monsanto, Syngenta/Astra Zeneca/Novartis, Bayer, Dupont, Basf e Dow
– o que temos é um grave processo de subordinação da renda da terra ao capital internacional,
melhor diríamos, ao capital oligopolista internacional."
PCBs: Bifenilos Policlorados constituem uma classe de compostos organoclorados resultantes da adição de átomos de cloro ao bifenilo.
Identificação dos Riscos
A exposição de organismos aos PCBS ocorre através da ingestão e contato direto com a água, alimentos e sedimentos contaminados e também pela inalação. A taxa de assimilação dos PCBs depende do número de número de átomos de cloro e a sua distribuição na molécula.
O efeito mais comum de exposição aos PCBs é o cloroacne, uma escamação dolorosa que desfigura a pele, semelhante a acne.
Essas substâncias quando dentro do organismo dos seres vivos são transportados pela corrente sanguínea até aos músculos e fígado.
E por serem extremamente lipofílicos, tendem a acumular-se nos tecidos adiposos viscerais onde, estimulando as enzimas hepáticas, causam alterações na função do fígado.
Nos seres humanos além do cloroacne, são observados os seguintes efeitos: hiperpigmentação, problemas oculares, elevação do índice de mortalidade por cancro do fígado e vesícula biliar, dores abdominais, tosse crónica, irregularidade menstrual, fadiga, dor de cabeça e nascimentos prematuros com deformações.
Mais Evidências da Letalidade do Glifosato Para Vertebrados:
O Departamento de Herpetologia (estudo de reptéis e anfíbios) da Sociedade Científica Arazandi, no País Basco, analisou os efeitos do herbicida glifosato (principal ingrediente ativo do Roundup, da Monsanto, usado nas lavouras transgênicas Roudup Ready - RR), sobre espécies de anfíbios que ocorrem na Europeus.
Os resultados não deixam margem para dúvidas: doses menores do que as recomendadas pelos fabricantes produzem uma mortalidade absoluta para as 10 espécies estudadas.
O glifosato é um dos herbicidas sistêmicos não seletivo (mata qualquer tipo de planta) mais empregados no mundo e a Organização Mundial de Saúde o classifica como levemente tóxico para humanos.
No Brasil, várias das formulações registradas a base de glifosato têm classificação toxicológica IV (Pouco Tóxico), e a maioria delas tem classificação ambiental III, numa escala de I a IV em que I representa o maior perigo para o meio ambiente e IV o menor. Existe, entretanto, uma crescente controvérsia a respeito da segurança do produto tanto para a saúde como para o meio ambiente.
Fontes:
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