Se essa pratica estivesse errada, não estariamos aqui para contar esta história. O princípio da alimentação continua sendo o mesmo: proteinas e energia. O que se descobriu, nos ultimos duzentos anos, e que os alimentos também fornecem ingredientes que tem grande importância para o organismo e que não são nem construtores, nem mantenedores do corpo humano. Por não serem fáceis de quantificar ou de perceber, nunca haviam sido avaliados detalhadamente.
São os nutrientes, especialmnente as vitaminas e os minerais, "peças" fundamentais na construção da nossa saúde e que, ainda hoje, são ignorados em muitas preparações dos alimentos. Veja o exemplo de uma simples folha de alface ou de outra verdura qualquer.Numa mesa, na qual estarão o arroz, o feijão e um bife de carne bovina - um cardápio tipicamente brasileiro , alface poderá parecer, para muitos, um simples artifício de ornamentação.Assim como pareceriam folhas de rúculas, de agrião e fatias de tomate .
Pois o que se sabe hoje, e que essas verduras e esses legumes são ricos em determinadas vitaminas, ricos em minerais e em fibras.
Foi no principio do século passado. inicio do século XX, que as pesquisas em nutrição demonstraram a importância da ingestão adequada de nutrientes na promoção do crescimento e do desenvolvimento do ser humano.
Uma nova era estava surgindo, na qual as coisas diminutas assumiram grande importância na dieta das pessoas - a era das vitaminas.
Tão diminuta e esta relação que a proporção entre a quantidade de vitamina e o peso do corpo e negligenciada. Mas as pesquisas mostraram que a presença das vitaminas, embora quase imperceptível, era fundamental para o bom funcionamento do organismo humano.
A evidência da existência e da importância das vitaminas surgiu por acaso. Em 1747, exploradores do mar estavam sendo acometidos de um doença que acabava com toda a tripulação. Então, por acaso, laranjas e limões que existiam a bordo foram dados aos tripulantes, e a doença desapareceu.
Constatou-se, então, que havia alguma coisa na laranja e nos limões que tinha esse efeito notável. Hoje, sabe-se que aquela doença era o escorbuto, causado pela deficiência de vitamina C, que se manifesta por cansaço, fraqueza, dores musculares, articulares, sangramento de gengivas, amolecimento dos dentes, pré infeccao, hemorragias. O resultado e uma anemia grave e a morte.
Em outra parte do mundo, naquela mesma epoca, outra doença acometia os marinheiros japoneses. A enfermidade manifestou-se com pertubação nos sistemas gastrointestinal, nervoso e cardiovascular. Esses marinheiros alimentavam-se com arroz branco polido. Naquela época, nada se descobriu que pudesse ajudá-los.
Mas foi somente no século XX que os médicos e cientistas atribuiram essas doenças a deficiência de nutrientes na dieta. Eles preferiam acreditar que tais doenças eram causadas por microrganismo, como vírus e bactérias.
Filhos Altos, Pais Baixinhos
No princípio do século passado ( o seculo XX ), nas pesquisas em nutrição demonstraram a importância da ingestão adequada de nutrientes na promoção do crescimento e do desenvolvimento normal dos bebês e crianças e na proteção contra doenças carenciais.
Em 1932, o antropólogo Bower mostrou que estudantes recém admitidos em Harvard eram mais altos e mais fortes do que seus pais que lá estudaram, no inicio de 1900. Um dos principais fatores para a explicação da diferança entre duas gerações foi a melhor alimentação durante a infância e a fase de adolescência. Outros fatores importantes foram o controle das doenças infecciosas agudas e crônicas e melhores cuidados obstétricos.
Em outro estudo, demonstrou-se que mulheres japonesas nascidas na California eram mais altas e mais fortes que suas parentes nascidas e criadas no Havai, enquanto outras, nascidas e criadas no Japão, eram mais baixas e mais magras do que os outros dois grupos. A diferença entre esses tres grupos pode ser explicada, em parte, pela quantidade e pela qualidade dos alimentos consumidos durante a fase de lactente e da infância.
Recentemente, observou-se que, quando a necessidade nutricional do adolescente não e alcançada, o potencial estatural, ou seja, a altura esperada para aquele jovem, não eéatingido.
Essas e outras observações tem demonstrado, para os pesquisadores da área de saúde, que uma ingestão adequada de nutrientes, principalmente na fase de amamentação e na infância, e um requisito básico para um indivíduo sadio atingir seu crescimento potencial.
Diante disso, pode-se afirmar que a alimentação exerce grande influencia sobre cada pessoa, principalmente sobre a sua saúde, sua capacidade de trabalhar, estudar, divertir-se, sua aparência e sua longevidade.
Uma pessoa bem alimentada e nutrida dificilmente adoece, porque seu organismo tem defesas proprias, naturais, contra as doenças. "Nos somos o que temos no sangue e temos no sangue principalmente o que ingerimos" e uma frase que muitos pesquisadores costumam repetir.
Uma pessoa mal nutrida, com alimentação pouco variada, e fraca, irritadica, desanimada, sem vontade de trabalhar, andar, pensar, enfim, de realizar qualquer atividade que dependa de esforcos muscular e cerebral.
A nutrição e um dos fatores comportamentais mais importantes que afetam o estado de saúde de um indivíduo ou de uma nação.
Uma dieta inadequada em calorias levará a uma limitação da eficiência física e a uma diminuição de rendimento em proporção direta coma insuficiência calórica. A força e a tensão muscular ficam diminuídas num estado de fome prolongado ou em fases de alimentação inadequada.
A deficiência vitamínica impede a aptidão, afeta o bem estar mental e também diminui a capacidade para o trabalho.
A deficiência proteica causa fraqueza muscular, fadiga, irritabilidade fácil e, como resultado, transtorno na capacidade de trabalhar. Uma dieta adequada em qualidade e quantidade, contendo todos os grupos de nutrientes, previne ou corrige essas alterações.
Fonte : Livro: A Alimentação que Previne Doenças
Do Pré Escolar a Adolescência
Profa. Titular em Nutrição USP
Entrevista com a Dra Jocelem
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