Thursday, November 27, 2008

Neurocientista Teve Derrame E Ajudou Seu Cérebro Na Recuperação



Em 9 de dezembro de 1996, a neuroanatomista norte-americana Jill Bolte Taylor tinha 37 anos e foi para a cama com uma preocupação: como abastecer o banco de cérebros da Universidade Harvard, onde trabalhava, com órgãos recém retirados de vítimas de doenças mentais. 

Na manhã seguinte, seu mundo racional começou a se desintegrar.


Um coágulo no hemisfério esquerdo (ligado a razão) do seu cérebro provocou um derrame. Assim, ela teve de contar apenas com o hemisfério direito (associado ao pensamento simbólico e a criatividade) em um processo de recuperação que partiu da estaca zero. Quando a mãe da cientista — uma ex-professora de matemática — tentou ensinar o que era 1 + 1, ouviu como resposta: “O que é 1?”.


Passados 12 anos, uma cirurgia arriscadíssima e muita terapia, Jill voltou a dar aulas — na Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana — e diz que já recuperou todos os seus arquivos de memória. Essa experiência rendeu o recém lançado livro “A Cientista que Curou Seu Próprio Cérebro” (Ediouro) e a escolha pela revista “Time” como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2008. Leia a conversa da doutora com a revista Galileu.


Pergunta - Passados 12 anos desde o derrame, você acredita que já tenha reaberto todos os seus arquivos mentais? Ou, por exemplo, quando você encontra velhos amigos, eles sempre lembram de coisas que você, em tese, deveria ter na memória sem a ajuda deles?


Jill Taylor - Passei oito anos em recuperação. Sempre fui muito intuitiva e não me apegava a toneladas de detalhes. Assim, há muitas coisas que eu não codifiquei ou tentei me lembrar. Exemplo disso e o meu bolo de aniversário quando eu completei dez anos. Hoje eu sei como ele era — porque alguém me disse —, mas, antes do derrame, eu não seria capaz de descrevê-lo. Tenho a consciência de que sei coisas sobre o meu passado que ninguém me contou depois do derrame. Assim, acredito que eu tenho a maioria das minhas memórias de volta.


Pergunta - Mesmo sem experiência médica, sua mãe foi muito eficiente em te ajudar. Foi instinto? Experiência em ensinar?



Taylor - Acho que a experiência e os dons naturais dela, tanto como mãe como boa professora, a prepararam para enfrentar essa situação. Ela prestava muita atenção as minhas necessidades e me ajudava a encontrar minhas próprias soluções para os problemas. Nós falavamos muito sobre o cérebro, assim ela sabia de todos os meus temores. E nós duas concordavamos que nada nem ninguém sabia mais sobre o tratamento mais conveniente do que o meu próprio cérebro. Assim, se ficava cansado, deixavamos que ele dormisse.


Pergunta - A sua experiência pessoal mudou o modo como você ve e sente os papéis desempenhados pelos dois hemisférios do cérebro?



Taylor - Completamente. Antes do derrame, eu tinha uma visão geral do papel de cada hemisfério, mas eu não tinha a menor idéia de como dizer qual parte do meu cérebro estava contribuindo com qual informação para formar a minha percepção da realidade.


Pergunta - O que voc mudaria na maneira como os derrames são tratados?



Taylor - Eu deixaria as pessoas dormirem quando se sentissem cansadas e iria tratá-las com compaixão quando estivessem acordadas. Assumiria que o cérebro é capaz de se recuperar e o trataria com respeito. Em vez de me referir aos pacientes como “vítimas”, passaria a chamá-los de “sobreviventes”! Falaria que as pessoas “tiveram” um derrame em vez de “sofreram”.


Pergunta - No livro, você escreveu que tem uma paixão por dissecar corpos. Quando essa paixão começou?



Taylor - Quando eu era uma garotinha de cerca de 8 anos, minha mãe me levou ao Museu de Ci~encia de Chicago. Havia uma exposição com pequenos fetos e embriões dentro de vidros. As idades variavam de poucas semanas até nove meses. Eu fiquei absolutamente fascinada pela exposição, e esse foi o real começo do meu interesse em dissecação.


Pergunta - Depois de reconstituir seu hemisfério esquerdo, em que você se assemelha e difere da Jill pré derrame?



Taylor - Eu continuo tão esperta quanto antes, além de ter as mesmas capacidades cognitivas e intelectuais. Mas agora eu decidi gastar meu tempo fazendo coisas que vão ajudar outras pessoas, em vez de focar toda a minha energia na carreira. Estou mais interessada em ajudar a humanidade, e antes meu principal objetivo era escalar os degraus do mundo acadêmico.


Pergunta - O fato de ter utilizado com mais frequência o seu hemisfério direito alterou o seu pensamento? Você se lembra de como ele era antes do derrame?



Taylor - Agora ele está excepcional porque eu dediquei um tempo trabalhando essa parte do meu cérebro. Imediatamente depois do derrame, a sensação de que eu estava criativa era ainda mais clara e excitante. E essa sensação acabou se traduzindo na minha arte com vitrais.


Pergunta - Por falar em arte, além de confeccionar vitrais, você toca violão. Foi especialmente complicado recuperar esses seus talentos?



Taylor - Foi bem mais fácil que os cálculos matemáticos, mesmo aqueles mais elementares. Isso porque os talentos artísticos estão associados ao hemisfério direito do cérebro. Com a ausência temporaria do meu hemisfério esquerdo, esses talentos ate melhoraram.


Pergunta - Se a Jill do passado escrevesse um livro sobre uma experi~encia pessoal, seria muito diferente desse?



Taylor - Acho que seria um livro sobre algo bem aventureiro, como saltar de um avião. Outra ideia seria uma obra didática sobre o cérebro.


Fonte : G1 Ciência & Saúde

Revista Galileu

Time

Wednesday, November 26, 2008

Chefes Ruins Podem Prejudicar A Saúde Dos Funcionários



Chefes arbitrários e insensíveis não apenas elevam o estresse no ambiente de trabalho, mas podem tambem aumentar o risco de doenças cardíacas em seus funcionários, sugere a pesquisa sueca.


Uma equipe do Instituto Karolinska e da Universidade de Estocolmo encontrou uma forte ligação entre mau gerenciamento e risco de distúrbios cardíacos graves e até ataques do coração nos empregados.


Os pesquisadores monitoraram a saúde de mais de 3 mil funcionários do sexo masculino, com idades entre 19 e 70 anos, na região de Estocolmo, por um periodo de quase dez anos.

Foram registrados 74 casos fatais e não fatais de ataques cardíacos ou angina instável (dor ou desconforto no peito ou areas adjacentes causados por fluxo inadequado de sangue no coração).


Foi pedido aos participantes do estudo que avaliassem o estilo de liderança de seus gerentes em áreas como a clareza no estabelecimento de objetivos para seu pessoal e a habilidade de comunicar e dar um retorno ao funcionário da avaliação do desempenho pessoal.


Quanto mais competentes os funcionários consideravam seus gerentes, mais baixo seu risco de sofrer problemas cardíacos graves.


Os funcionários que consideravam seus chefes menos competentes apresentaram um risco 25% maior de problema cardíaco grave.

Longa duração

A pesquisa revelou ainda que quanto mais tempo um funcionário trabalhava em uma empresa sob um mau gerente, maior a ameaça à saúde. Os que trabalhavam por quatro anos ou mais nessas condições apresentaram um risco 64% maior de desenvolver doenças cardíacas.


Os especialistas acreditam que ao se sentirem pouco valorizados e sem apoio no trabalho, os funcionários sofrem de estresse que, com frequência alimenta comportamentos insalubres como a adoção do hábito de fumar que pode causar males cardíacos.


Os pesquisadores sugerem que as empresas devem tomar medidas para melhorar o desempenho dos gerentes levando em conta a avaliação que fazem dele os seus subordinados, para afastar a possibilidade de graves distúrbios cardíacos em seus funcionários.


O estudo foi divulgado no site Occupational and Environmental Medicine.

Fonte : BBC Brasil Ciência e Saúde

Monday, November 24, 2008

Pesquisadores Estabelecem Relação Entre Leucócitos E Epilepsia

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Verona (Itália) descobriu que os ataques epilépticos estão relacionados com a interação entre um tipo de leucócito e os vasos sanguíneos cerebrais. Em um artigo publicado pela revista científica britânica Nature Medicine, a equipe explica que essa descoberta pode ser chave para a prevenção e tratamento da doença. O mal afeta 1% da populacao mundial.


Os cientistas, liderados por Gabriela Constantin, descobriram que os leucócitos são mais abundantes no cérebro das pessoas epilépticas que em indivíduos sãos. Também descobriram em laboratório, que os ataques ativam as moléculas de adesão nos vasos sanguíneos cerebrais . O efeito faz com que os neutrófilos (tipo de leucócito) fiquem presos no sistema circulatório do cérebro.




Quando os pesquisadores impediram as interações desses leucócitos com os vasos cerebrais, o número de ataques diminuiu. Também descobriram que os acessos deixam porosa a barreira entre o sangue e o cérebro. Quando bloquearam a "união" entre leucócitos e vasos cerebrais, essa porosidade foi evitada.


Dessa maneira, estabeleceram uma relação direta entre as interações dos vasos sanguíneos com leucócitos, os danos as barreiras cerebrais e a geração de ataques epilépticos.

Tuesday, November 18, 2008

Fumo Agrava TPM Em Mulheres




Segundo um estudo da Universidade de Massachusetts, nos EUA, mulheres com idades entre 27 e 44 anos que fumam são duas vezes mais propensas a sofrer tensão pré menstrual, principalmente sintomas relacionados aos hormônios, como dores das costas, seios inchados e acne.


Os pesquisadores responsáveis pelo estudo afirmam que ate 20% das mulheres que estão na pré menopausa, sofrem de síndrome pré menstrual moderada ou severa, o que afeta suas relações sociais e atividades cotidianas.


O estudo, realizado pela Dra Elizabeth R. Bertone-Johnson e seus colegas, comparou mais de mil enfermeiras que desenvolveram a síndrome com cerca de duas mil que não a tinham. 


Pesquisadores notaram que as fumantes tinham 2,1 vezes maior probabilidade de ter TPM, comparadas com as não fumantes.


O risco também aumentou com o número de cigarros fumados e o tempo que se manteve o vício.

Fonte : JB Online

MSNBC - Health

American Journal of Epidemiology

Wednesday, November 12, 2008

A Sua Música Favorita Faz Bem Ao Coração




Ouvir as músicas preferidas faz bem ao sistema cardiovascular, afirma um estudo americano divulgado dia 11 de novembro.


Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, que já tinham mostrado, em 2005, uma relação entre o riso e a performance cardíaca, encontraram agora benefícios para o coração no ato de ouvir música agradável.

"Já tínhamos demonstrado que emoções positivas, como o riso, são boas para a saúde vascular, mas a pergunta lógica era se outras emoções, provocadas, por exemplo, pela música, tinham o mesmo efeito", disse Michael Miller, diretor de Prevenção em Cardiologia do centro médico da Universidade de Maryland.

Miller fez com que uma dezena de estudantes escolhesse a música que "mais os deixava felizes" e os expôs a quatro tipos de som para comparar seu efeito sobre o sistema vascular: música apreciada pelo paciente, música estressante, audio para relaxamento e canções engraçadas.

O diâmetro dos vasos sanguíneos foi ampliado em 26% com a música escolhida, enquanto a música estressante fez os vasos encolherem 6%.

"É impressionante a forte diferença antes e após se escutar uma música agradável, assim como entre uma música apreciada e uma estressante", disse Miller.

Com as músicas engraçadas, os vasos sanguíneos se dilataram 19%, enquanto a música de relaxamento produziu uma dilatação vascular de 11%.


Fonte : AFP através da Yahoo Noticias e Reuters .